terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Torres: uma agradabilíssima surpresa.

Chegamos à Torres no final da tarde em busca de lugar pra ficar. Tudo lotado por conta do reveillon. Fomos à Secretaria de Turismo e nos auxiliaram fornecendo mapas e roteiros turístico da cidade além de ligarem para alguns hotéis e pousadas. Mas o único lugar que haveria possibilidade dependia de uma desistência que não se concretizou. Quando já estávamos meio desanimados nos deparamos com um camping (Camping Mampituba www.torres.tur.br/camping.htm) e lá o sr. Gervásio, com uma boa vontade incrível, nos ofereceu uma vaga, mesmo com o camping lotado e uma modesta barraquinha de camping. Achamos melhor ir ao centro da cidade e comprar uma barraca, colchão inflável e roupa de cama. Compramos nossos apetrechos e nos instalamos no camping.
Foi a melhor coisa que fizemos! Tem até Internet sem fio. Quem nunca esteve num camping não sabe o que está perdendo desta formidável experiência coletiva.
O camping fica há 5min de carro da praia onde aconteceram os 15 min. de queima de fogos na Praia Grande. Nada mal. Melhor ainda foram as 2 horas de show com Dudu Nobre. Nos sentimos em casa.


Fundada em 1809, Torres faz divisa com Santa Catarina e é um dos quatro municípios mais antigos do Rio Grande do Sul com uma população aproximada de 35 mil habitantes. Dista 280km de Florianópolis e 200km de Porto Alegre.
Ficamos mais um dia para conhecer parte dos recantos naturais do município. Olhando as fotos acho que não preciso descrever muita coisa né?
Entrada do Parque da Guarita.

Mais encantadores do que as belas paisagens naturais são os habitantes de Torres. Que simpatia, que hospitalidade e que boa vontade em nos servir e fazer-nos sentir bem. Os preços também são honestíssimos. Aqui se come bem com pouco, se comparado ao que se consome no Rio. Se passarem por aqui não deixem de comer o bife da Churracaria Mirim, na Estrada do Mar, na entrada de Torres. Pra quem está acostumado a ser expoliado nos fast food e steakhouses que enfeitam seus cardápios-armadilha com nomes de sanduíches do tipo mega flash burger ou super jalapeño burger e encenam decorações com motos, luvas e bolas de baseball penduradas nas paredes e nos cobram R$30,00 em um sanduíche, é de dar vergonha.

As praias e as vistas das torres (três formações basálticas que dão nome à cidade), são deslumbrantes. Você pode passear pela cidade e pelos pontos turísticos e o melhor: não se cobra pra estacionar em local algum e também não há flanelinhas enchendo o saco. Pagamos apenas R$ 3,00 para entrar no Parque Estadual da Guarita que dá acesso a duas das torres.
Existem poucos semáforos e não vimos guardas de trânsito, demonstrando o nível de civilidade dos cidadãos. A cidade é realmente surpreendente e mais surpreendente ainda é ouvirmos tão pouco sobre paraísos brasileiros como estes. Não é de se estranhar que a Argentina receba o dobro de turistas que o Brasil. Falta-nos mais habilidade em divulgar nosso país.

Esse é o Rio Mampituba, que divide os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.








Um boné em homenagem aos camaradas Mao e Ho Chi Minh.




Salto de Parapente em Torres (mas esse não sou eu, rsss.)















Os rochedos de Torres.









Sofia na Praia da Cal.

















Cris posando de madame.







A
Volta.

Para vocês terem idéia das defesas que criamos por vivermos em uma cidade onde somos garfados o tempo todo, aí vai uma historinha.
Quando voltamos da praia após a festa do ano novo pegamos um táxi para o camping. Sabíamos que o valor da corrida era em torno de R$10,00. Estava um pouco engarrafado e o camping fica na pista contrária ao sentido de onde vínhamos e ao passar em frente ao camping pedimos o motorista que nos deixasse ali para atravessarmos, já que o retorno era um pouco distante. Ele então respondeu, com aquele jeito incisivo do gaúcho: “vocês vão dar a volta comigo tchê!”. Não respondemos nada, mas ficamos pensando por dentro: “esse filho da mãe quer dar a volta para nos cobrar mais caro.” Ele fez o retorno e valor havia pulado para 17. Demos R$50,00 para pagar a corrida e ele nos disse: “vocês não tem 10 pila aí? Eu não vou cobrar a volta.”, ou seja, ele apenas queria que ficássemos na porta do camping. Isso nos fez pensar no quanto é ruim viver em um lugar onde a cultura da vantagem predomina. A gente acaba pensando e muitas vezes praticando esse forma de comportamento. Viva Torres! (http://www.torres.com.br/).

Vídeo da erosão marinha nas falésias de Torres.




Salto de parapente em Torres.

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